Como o nome da marca influencia a percepção de pureza e qualidade

Você já pensou no poder que um nome tem sobre a nossa percepção de qualidade e até de sabor? Parece curioso, mas estudos mostram que a fluência de um nome, ou seja, o quão fácil ele é de pronunciar, pode impactar diretamente nossas percepções sobre um produto.

E isso vale até para a água engarrafada!

Um estudo recente explorou essa influência, analisando como consumidores percebiam a pureza e o sabor de diferentes marcas de água estrangeiras, algumas fáceis de pronunciar e outras não.

O resultado? As marcas com nomes mais fluentes, aquelas que são mais simples de ler e dizer, foram vistas como mais puras e saborosas (nem sei o que seria uma água saborosa). Sem conhecer nada além do nome, os participantes associaram automaticamente essas águas a uma qualidade superior. A fluência do nome criou, por si só, uma ponte de confiança.

Mas então nome simples é sempre melhor?

Nem sempre.

Häagen-Dazs: Quando o nome complicado também funciona

Mas o que dizer de uma marca como Häagen-Dazs? Para entender essa escolha, precisamos voltar aos anos 1950, quando Reuben e Rose Mattus, um casal de empreendedores do Bronx, decidiram criar seu próprio sorvete. Reuben já vinha de uma longa história familiar no ramo de sorvetes, mas sentia que algo faltava: um nome que destacasse o produto e evocasse o prestígio de uma tradição artesanal europeia.

A solução? Um nome estrangeiro que soasse sofisticado, mesmo que, na verdade, não significasse nada. Reuben e Rose escolheram o dinamarquês para dar um ar exótico ao produto, se inspirando na simpatia do povo dinamarquês durante a Segunda Guerra Mundial. Assim surgiu Häagen-Dazs, um nome que não tem sentido algum, mas que, com o uso do trema (mesmo sem ser um sinal dinamarquês), pareceu exótico o suficiente para cativar consumidores.

Foi uma aposta ousada, mas que funcionou. A combinação de uma receita de alta qualidade, estratégias de marketing agressivas e um nome instigante impulsionaram a marca para o topo da indústria de sorvetes. Hoje, Häagen-Dazs é um nome reconhecido mundialmente, provando que, às vezes, a complexidade pode ser tão atraente quanto a simplicidade, se alinhada a um conceito forte.

Além do sorvete, ser excelente, claro.

Nome é Estratégia.

Seja com um nome simples que inspire confiança e pureza, como no caso das águas, ou um nome complexo que evoque um charme exótico e artesanal, como Häagen-Dazs, a escolha do nome de uma marca é uma estratégia poderosa. Em alguns casos, o nome fluente e fácil nos aproxima, gerando confiança e acessibilidade. Em outros, a complexidade desperta curiosidade e cria uma aura de exclusividade. A essência? O nome deve refletir o valor que a marca quer transmitir.

Como QUASE sempre, não existe uma resposta única. O que é melhor? Depende.

Só o nome tem esse poder?

Não! Tudo influencia. A vida inteira ouvimos falar que cores específicas são associadas a sentimentos, como vermelho e amarelo despertarem fome. Isso não é tão poderoso assim, ninguém vai almoçar só porque viu vermelho com amarelo.

E talvez não seja nem o McDonald’s que tenha escolhido essas cores por causa do efeito, talvez a rede de fast food seja até responsável por fazer essa combinação de cores ter essa associação.

Mesmo assim, existe sim uma correlação com essas cores e várias outras com diversas sensações.

E não são só as cores. Até uma barra de chocolate com cantos mais arredondados pode parecer mais doce por causa da forma curvada, ao invés de ser só com retas.

Meu livro sobre Branding também aborda exemplos como esses onde a personalidade de uma marca é criada muito pelo sentimento que ela passa visualmente.

Em uma marca, TUDO importa. E o visual costuma ser a primeira impressão.

• Estudo sobre a diferença de percepção de pureza da água por causa do nome.

• Texto sobre o nome da Häagen-Dazs.

• Artigo sobre barras de chocolate parecerem mais doces só por causa do formato.

• Meu livro: Branding para todos, na Amazon. Livro, físico, ou digital, até no Kindle Unlimited.

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