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A Elis Regina voltou com inteligência artificial e muita gente não gostou.
A aparição da Elis no novo anúncio da Volkswagen gerou polêmica sobre o uso de IA para recriar alguém
A Volkswagen acabou de lançar um vídeo de divulgação do ID.buzz, que é uma versão moderna (e elétrica) da Kombi e tem alguma polêmica sobre a participação da Elis Regina junto da filha, Maria Rita.
Algumas pessoas reclamaram do uso da imagem de uma pessoa que já morreu. Mesmo com a óbvia autorização da família que ainda deve ter recebido um valor extra pelo uso da imagem da Elis.
Claro que a inteligência artificial facilitou muito esse tipo de recriação da imagem de alguém. Mas presença de quem já morreu não é novidade no audiovisual.
Lembro do filme O Corvo, onde o Brandon Lee morreu no set, durante as filmagens, e terminaram a obra com dublês fazendo as cenas do ator principal.
E isso não é usado apenas quando acontece uma fatalidade durante filmagens. Em várias oportunidades, atores falecidos participaram de filmes que até começaram a ser gravados muito depois do fim de suas vidas. Como Marlon Brando (Superman Returns), Carrie Fisher (Star Wars: The Rise of Skywalker), Christopher Reeve (The Flash) e até a Audrey Hepburn em um comercial de chocolate.
Em 2021 o Mercado Livre recriou a voz do pai do Zico para uma homenagem ao Galinho.
E ainda existem maneiras mais impactantes de trazer de volta um artista. Como em 2012 quando o Tupac apareceu, num show do Snoop Dogg, como holograma.
Mas nem todo mundo é a favor disso. O Queen não quis fazer o mesmo com o Freddie Mercury. Preferem fazer shows com vocalistas convidados que substituir o cantor por um holograma.
Se a gente parar pra pensar, estamos mais do que acostumados a ouvir músicas cantadas por quem já morreu. Voltando lá no exemplo da nova Kombi, se fosse só a voz da Elis Regina, não teria ninguém reclamando. Mas como é a imagem dela, e isso ainda é uma novidade para nós (por mais que existam vários outros exemplos). Se fosse só uma foto dela num porta retratos, ou até um vídeo de show dela, passando no painel do carro, também não incomodaria.
Claro que existe uma diferença entre recriar uma imagem e apenas reproduzir. Mas, pra mim, é algo que vamos nos acostumar aos poucos. Já está cada vez mais normal com Hollywood trazendo de volta atores, como listei ali atrás, e não vai parar por aí.
O Bruce Willis teve que se aposentar por problemas neurológicos. Mas já vendeu os direitos de uso do "gêmeo digital” dele para um estúdio de deepfake.
Ressuscitar os mortos, e até quem está incapacitado, vai ser algo cada vez mais comum.
Qualquer um já pode fazer o mesmo
Com o boom da Inteligência Artificial, qualquer um pode fazer um deepfake com facilidade. Já é fácil clonar uma voz com segundos de áudio. Ou até mesmo conseguir reproduzir digitalmente um rosto sem equipamentos caríssimos.
Se você se esforçar pode ter até o mesmo rosto e voz que o Tom Cruise.
Ontem mesmo um amigo meu me perguntou se teria como fazer o Maui mandar uma mensagem de aniversário para a filha dele.
Perdi mais tempo procurando uma boa imagem do personagem do que fazendo o vídeo no D-ID. E já existem soluções mais robustas, mas fui na que tinha teste grátis.
Mais uma vez, é uma tecnologia que não tem volta. Pode achar bom ou ruim. Pode até reclamar. Mas não vejo um futuro onde vão abrir mão de recriar imagens de artistas.