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Mesa bagunçada não é desleixo, é criatividade
Aquela mesa linda, vazia e minimalista pode ficar bem no Pinterest, mas não ajuda na sua criatividade.
A mesa de alguém costuma refletir a personalidade de quem senta nela. Muitas vezes pode ter fotos, adesivos, enfeites e até plantas.
Um ideal de mesa, de alguém organizado e produtivo, costuma ser algo assim:
Mesa vazia, minimalista, só com itens essenciais.
Quem tem a mesa muito desorganizada, muitas vezes, passa uma impressão de ser alguém pouco organizado e desleixado.
Mas será que é assim mesmo?
Steve Jobs, Mark Twain, Thomas Edison e Albert Einstein são quatro exemplos de pessoas tidas como exemplos em suas áreas e todos eles tinham mesas bagunçadas.
O Einstein ainda ia além e dizia:
Se uma mesa bagunçada é um sinal de uma mente bagunçada, então, de que sinal é uma mesa vazia?
E não são só impressões de quem tem a mesa bagunçada. Até estudos apoiam mesas cheias.
Um estudo da Universidade de Minnesota dividiu participantes em dois grupos. Um em uma sala bagunçada e outro em uma arrumada, Ambos deveriam pensar no maior número de novos usos para bolas de ping-pong.
O número de ideias dos dois grupos foi muito semelhante, mas as ideias dos grupo da sala bagunçada foram avaliadas como mais criativas que do outro grupo. E quando focaram só nas ideias altamente criativas, o grupo da bagunça tinha cinco vezes mais soluções que o pessoal da sala organizada.
Esses resultados foram confirmados por pesquisadores da Universidade Northwestern, que constataram que pessoas em salas bagunçadas produziram desenhos mais criativos e resolveram mais rapidamente quebra-cabeças desafiadores em comparação àquelas em salas arrumadas.
Saindo da teoria, me parece que um pouco de ruído pode ajudar a achar soluções criativas. Ou até bater o olho em alguma coisa que está na sua frente e possa gerar uma alternativa para resolver um problema. Ou até mesmo uma mesa vazia demais pode nos deixar num estágio de relaxamento tão grande que ficamos acomodados. Sei lá…
Bagunça não significa pouca organização, desleixo nem pouco foco no trabalho. Pode ser apenas uma maneira de deixar o ambiente mais favorável a ter ideias mais soltas.
Claro que tudo tem um limite.
Não estou falando para você virar um acumulador e ter uma mesa cheia de tralha. Só estou defendendo que uma mesa vazia não só não ajuda em nada como pode ser pior até que uma que tenha mais objetos.
Confesso que esse texto aqui vai me dar argumentos para manter minha mesa bagunçada. De tempos em tempos eu tento dar uma geral, mas não consigo ficar sem ter, pelo menos, uns papéis de fácil acesso (de baixo do laptop/teclado) e umas canetas pra rabiscar e fazer anotações soltas.
Depois acabo pegando o mais importante e jogando para o Notion (obviamente). Mas o que fica nos papéis raramente é recuperado. Vai acumulando até que uma hora acaba indo tudo pro lixo. Mas mesmo assim tenho a impressão de que quando eu anoto num papel fica mais fixo na minha cabeça do que quando eu só crio mais uma página no Notion.
E nem é só uma impressão. Existem artigos que apoiam essa teoria. No meu caso, tem vezes que eu até lembro que aquela anotação importante estava do lado daquele rabisco que não tinha nenhuma ligação com o tema. Mais um ponto para ter canetas e papéis sempte disponíveis na sua mesa.
Parte útil, parte hobby.
No meio da minha pesquisa, achei um artigo da Forbes, que valoriza a anotação à mão. Entre outras coisas, cita até o prazer da parte quase um hobby de escrever com canetas específicas. E eu diria até cadernos estilosos. E a carapuça serviu demais. O papel que gosto de usar de rascunho (que eu disse que fica de baixo do laptop) é de uma gramatura maior, tenho um monte de caneta e gosto de usar em momentos diferentes.
Nada de Montblanc. Mas é muito melhor fazer anotações numa Emott 0.4 do que com uma Bic Cristal. Ou rabiscar um rascunho usando Molotow Blackliner 0.7 e outra 0.3. Se vou usar lapiseira, eu tenho uma Tombow Monograph Zero. Até caneta tinteiro eu tenho, mas mal uso. Essa foi só empolgação mesmo.
Para aquele papel que eu deixo de baixo do laptop eu gosto de um de gramatura maior, uns 90g/m2. E, claro, um Moleskine.
Nada disso é muito caro. As canetas (individualmente) custam entre R$ 15 e R$ 28, a lapiseira já é um pouco mais cara, mas você consegue uma legal por menos. O papel mais grosso custa mais que o de 75g/m2, mas nada demais (e dura muito). Já o Moleskine, no Brasil, custa mais do que vale, mas tem várias boas alternativas, como Cícero.
Isso tudo vai fazer você memorizar melhor o que anotar? Ser mais produtivo? Claro que não. Mas é tipo quando você compra uma roupa nova para se incentivar a ir para a academia. Não vai malhar por você, mas dá algum ânimo extra.
Minha mesa
Se alguém ficou curioso pra ver como é a minha mesa, atualmente nem é das mais bagunçadas. Mas tá longe de ser minimalista.
Papéis de baixo do laptop, um copo com várias canetas (e um maldito adaptador de USB-C), HD Externo e uma outra case (vermelha) com mais adaptadores (obrigado, Apple…) fone, iPad e Moleskine.
Nem é das piores. E depois de escrever esse texto acho até que vou colocar mais coisas na mesa pra ver se fico mais criativo…
Mas a verdadeira zona é a minha gaveta que fica logo de baixo. Tem de tudo.
Só não achei AINDA nenhum estudo sobre gaveta bagunçada ajudar na criatividade.
Mesmo sendo bom tomar notas manualmente, essa ferramenta toma notas por você em reuniões por vídeo. Pode não substituir o que você escreveu, mas é um bom extra.
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