Patrocínio e ativação (no futebol) - Luizletter #1?

Patrocínio não é só expor a marca

Por muito tempo o mais importante na venda de patrocínio esportivo era a exposição da marca patrocinadora. Faziam aquele cálculo de valor do tempo que o logo ficava exposto na mídia e mostravam que colocar nome da empresa no uniforme era mais barato que comprar anúncio no intervalo da TV.

No passado até pode ter sido assim, mas isso mudou.

BRB

Em 2020 o BRB começou a patrocinar o Flamengo. Mas foi muito além da marca no manto. Envolvia até uma quase sociedade entre o clube e o banco e gatilhos expressivos que poderiam aumentar muito o valor do patrocínio.

Menos de um ano de parceria já foram abertas mais de 500 mil contas digitais, garantindo uma grande expansão nacional (e em 39 países) pro banco que tradicionalmente não é forte fora do Distrito Federal. Além de um bônus financeiro pro clube.

Não foi só com marca na camisa, ações constantes nas redes sociais ajudaram muito nesse crescimento. Não é só lembrar de uma marca. É ativar, colocar um link, medir resultados, tudo que se pode fazer em meios digitais que são muito mais do que uma exposição de logo na TV.

E não é só com o BRB.

Moss

Moss, segundo eles mesmos, é o primeiro Token de Crédito de Carbono verdadeiramente global. Talvez você (assim como eu) não saiba o que isso significa, mas tem a explicação no site deles.

Para essa empresa, a exposição já seria interessante por gerar curiosidade sobre uma empresa que ainda não é conhecida pelo grande público. Mas eles conseguiram fazer uma ação simples e relevante pra tentar mostrar relevância mesmo pra quem não entende nada de crédito de carbono.

Por si só isso não explica o que é carbono neutro, mas sempre que você fala pra uma torcida que o time dela é o melhor em alguma coisa, você ganha pontos.

Mas não pararam só nisso. O Flamengo marca a arroba da Moss e a empresa faz um trabalho legal de informação no perfil oficial. A ativação não é só na mídia do patrocinado, o patrocinador deve fazer essa sustentação para aproveitar quem chegou por curiosidade.

Se deu certo? Um aumento de 7.000% nas vendas prova que sim e já animou a Moss a patrocinar também o time de basquete do Flamengo, um mês depois do início do patrocínio ao time de futebol.

Além disso, o (rubro-negro doente e) CEO da Moss tá animadaço sorteando mantos o tempo todo.

Prime Video

A presença na camisa, hoje, não é essencial. Tanto que o Prime Video até fez uma ação pontual na final da Supercopa, estampando a marca no manto. Depois continuou só com a presença nas redes sociais do clube.

E você não precisa de um monte de firula ou gastar fortunas em produções gigantescas para fazer uma ativação relevante.

Descomplica

O Descomplica, patrocinou o Flamengo lá pra 2018. Acho que nunca teve presença no uniforme. Mas as ativações nas redes sociais eram simples e precisas. Sabiam unir o conteúdo que era relevante para a empresa com o que poderiam aproveitar do Flamengo.

Patrocinar times de futebol ainda é muito relevante. Mas é necessário aproveitar ao máximo as oportunidades abertas com esse investimento fazendo as ativações.

Bibliografia recomendada:

Esse texto de 2013 é ótimo para mostrar engajamento de torcedor com patrocinador. Infelizmente nunca vi dados atualizados.