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Quando não tem mais pra onde crescer tem que transbordar

O iFood foi uma das empresas que acabou se beneficiando da pandemia e teve um crescimento absurdo. Passando por cima de vários outros concorrentes que foram aparecendo e sumindo.

Mas chegou num ponto onde o iFood não tinha mais como crescer nas entregas, já estava tão dominante no mercado que nem tinha mais espaço para ser maior.

Aí era hora de crescer pros lados, mas aproveitando o que já tinha de base.

Indo além da entrega

O iFood Pago é um exemplo de como o iFood soube expandir suas operações aproveitando sua base sólida de restaurantes parceiros. Inicialmente lançado como uma linha de crédito para apoiar esses negócios, evoluiu para se tornar um banco digital completo focado no setor de alimentação. Hoje, o iFood Pago movimenta R$ 70 bilhões em transações anuais e oferece soluções financeiras, como contas digitais e maquininhas, que ajudam restaurantes a crescer e gerenciar suas finanças com mais eficiência, criando um ecossistema financeiro alinhado às necessidades do mercado.

E ainda tem o iFood Benefícios, que é o vale-refeição oferecido pelo iFood, voltado para o mercado corporativo. Ele permite que colaboradores usem seu saldo em restaurantes cadastrados na plataforma, tanto para pedidos de delivery quanto para consumo presencial.

A Reinvenção como Estratégia de Crescimento

Nenhuma empresa quer ficar parada no tempo. Quando o iFood afirma que não quer ser um “app para sempre”, isso mostra uma visão estratégica de antecipar tendências e se adaptar às mudanças do mercado. Olhar para exemplos globais, como o McDonald's que popularizou o uso de totens de autoatendimento, é crucial. Essas inovações não surgiram apenas para facilitar a vida do cliente; elas também são uma resposta às necessidades de aumentar a eficiência operacional, melhorar a experiência do consumidor e até mesmo reduzir custos com mão de obra.

Para os donos de restaurantes, essa iniciativa do iFood pode ser uma oportunidade e um desafio. A oportunidade está em otimizar o atendimento: com totens, filas podem diminuir, erros de pedidos podem ser reduzidos e o cliente ganha mais autonomia. No entanto, há o desafio da adaptação tecnológica e da mudança no perfil do atendimento. Como incorporar essa nova peça na engrenagem do restaurante de uma forma harmoniosa?

O Caso dos Totens: Um Novo Comportamento de Consumo

Vamos falar sobre comportamentos de consumo. Nos últimos anos, a jornada do consumidor se tornou mais digital e, ao mesmo tempo, mais independente. As pessoas querem conveniência e rapidez, mas não necessariamente perder a interação humana quando conveniente. A ideia dos totens vem atender esse desejo por um atendimento personalizado, mas sem depender de um garçom. Isso já acontece com frequência em redes como Burger King ou McDonald's, e agora, iFood está levando isso para outros tipos de estabelecimentos.

Imagine um restaurante pequeno, que antes não tinha estrutura para oferecer um autoatendimento digital, mas agora pode contar com a tecnologia do iFood. Isso dá acesso a um diferencial que, antes, estava reservado apenas às grandes redes. E isso é poderoso.

Mudanças e Adaptabilidade: A Regra do Jogo

O que o iFood está fazendo nos ensina uma lição valiosa sobre adaptabilidade. Não é só sobre ser digital, é sobre ser relevante para o consumidor do momento. A jornada digital não está apenas no pedido via app, mas em qualquer ponto de contato que o cliente tenha com o serviço — seja pelo celular, seja em um totem. E para o empresário, o que fica claro é a necessidade de sempre olhar para onde o cliente está indo, mesmo antes dele chegar lá.

Essa ação do iFood também demonstra como a inovação não precisa ser completamente disruptiva para gerar valor. Às vezes, é pegar algo que já funciona em um contexto e adaptá-lo a um novo cenário. A tecnologia dos totens já era familiar para muitos consumidores, mas sua implementação em restaurantes não pertencentes a grandes cadeias é que traz um sabor de inovação.

O Futuro é Híbrido

Quando o iFood diz que não quer ser “só um app para sempre”, ele está nos lembrando que o futuro dos negócios é híbrido. É a integração entre o físico e o digital, o humano e o automatizado. O cliente pode querer pedir uma pizza pelo celular de casa, mas no dia seguinte, ao almoçar num restaurante, prefere a conveniência de um totem. E cabe aos empresários estarem preparados para oferecer esse mix.

Cresceram muito durante a pandemia, com as entregas, mas viram que a oportunidade ia muito além disso.

Assim como o iFood, seu negócio pode se beneficiar de olhar além do óbvio, integrando soluções que não substituem o que já existe, mas complementam a experiência do cliente. Aproveitando tudo que já foi conquistado e usando a própria base para crescer ainda mais.