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Minha filha não vai saber usar o Google (e tudo bem)
Se o meu avô sobreviveu à enciclopédia e abraçou o digital, essa nova geração também vai se adaptar.
O Google foi, por muitos anos, o símbolo da era digital. Saber usar o buscador era quase um superpoder. Quem dominava as palavras-chave certas, encontrava tudo. Era sinônimo de inteligência, de agilidade, de estar “antenado”.
Mas a gente está vivendo um daqueles momentos em que o chão começa a mudar debaixo dos nossos pés. E rápido.
Ferramentas como ChatGPT, Manus e Perplexity não só chegaram, elas já estão moldando um novo jeito de interagir com o conhecimento. A gente não “pesquisa” como antes. A gente conversa, pede, interroga. E recebe respostas prontas, organizadas, filtradas. Sem precisar clicar em cinco ou seis links para achar o que procura.
E isso muda tudo. Muda até o papel do Google. A verdade é que, para a próxima geração, ele pode ser só mais uma ferramenta velha.
Vou até surgir uma trilha sonora para você ouvir enquanto lê o resto da edição
Minha filha não vai saber usar o Google (e tudo bem)
Outro dia me peguei pensando: minha filha, que hoje tem 4 anos, provavelmente não vai aprender a usar o Google como eu aprendi. E talvez nem precise. Porque, para ela, perguntar diretamente para uma inteligência artificial vai ser o padrão. Vai ser natural.
Eu só não imaginava que ela já sabia usar mesmo antes de ensinar.
Uma vez eu estava usando a função de voz do ChatGPT e ela resolveu pegar meu telefone para usar como ela quis.
Sem nenhuma instrução. Só me viu falando com o ChatGPT e fez o mesmo.
Ao mesmo tempo, essa ideia pode deixar muita gente desconfortável. Afinal, se a gente aprendeu a pesquisar para entender o mundo, será que essa geração vai perder essa habilidade?
Talvez. Mas aí eu me lembrei do meu avô.
O meu avô viveu um tempo em que a pesquisa era feita com calma, paciência e muito papel. Ele usava enciclopédias. E não só usava: ele escrevia verbetes. Era um trabalho de formiguinha, de quem valoriza a precisão da informação.

Décadas depois, quando o Google surgiu, ele trocou os livros físicos por buscas digitais com toda a desenvoltura. Usava o Google todos os dias. Aprendia, se atualizava, e se virava.
Ele se adaptou. E o mundo também.
Cada geração com sua ferramenta, a curiosidade é a mesma
Antes do Google, a gente teve a Barsa. Antes da Barsa, os sábios da aldeia. Depois do Google, teremos os assistentes de IA. O que muda é a tecnologia, não a necessidade de entender o mundo.
Hoje, os adolescentes fazem perguntas muito mais completas e abertas. Eles não estão interessados em listas de links. Eles querem conversas. Querem contexto. Querem respostas que façam sentido, e rápido.
Isso muda o jogo para quem cria conteúdo, para quem educa, para quem vende. O Google ainda é gigantesco, mas o crescimento explosivo dos chatbots mostra que a disputa pela atenção está migrando de vez. E o próprio buscador já evoluiu para não ficar para trás, preso no seu core.
Do SEO para o AEO: agora é sobre respostas, não só palavras-chave
Essa transição já está mexendo com o marketing. Está nascendo o tal do Answer Engine Optimization (AEO). Não basta mais aparecer no Google, agora, é preciso ser citado por assistentes de IA.
• O conteúdo precisa responder perguntas, não só conter palavras-chave.
• Fontes confiáveis e humanas ganham mais peso.
• O desafio não é só ranquear, é ser considerado relevante por uma máquina que filtra tudo.
E mais, os LLMs estão começando a redirecionar tráfego. O ChatGPT, por exemplo, já envia visitantes para mais de 30 mil domínios. É pouco perto do Google, claro. Mas é uma tendência que não dá mais para ignorar.
Vai mudar? Vai. Mas isso não precisa te assustar.
Quando o Google apareceu, muita gente achou que as pessoas iam parar de pensar. Não pararam. Só mudaram o jeito de pensar.
E agora vai ser igual.
Minha filha vai crescer sem usar Google. E está tudo bem. Porque o que importa não é a ferramenta. É a vontade de perguntar. De entender. De aprender.
O que o meu avô, minha filha e eu temos em comum não é a enciclopédia, nem o buscador, nem o chatbot.
É a curiosidade. E essa, felizmente, é uma herança que atravessa gerações.
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