Tamanho x Relevância

Apesar de ser só a décima rede social com mais usuários, no Brasil, o Twitter ainda pauta as narrativas

Tamanho não é documento, quantidade não é qualidade e todos esses chavões que estamos cansados de ouvir, mas são verdade.

As redes sociais são completamente diferentes e o comportamento dos usuários também. Quando trabalhei analisando dados de uma ferramenta de monitoramento de redes sociais de times de futebol (é, BEM específico) era impressionante como um mesmo time tinha números de engajamento completamente diferentes em cada rede. O tema que explodia no Twitter não tinha metade do resultado no Instagram, por exemplo.

E a diferença entre as redes não é só no engajamento, é no reflexo que elas têm na sociedade.

Semana passada, mais uma vez vi gente diminuindo a relevância do Twitter por ter menos usuários até que o Pinterest, no Brasil.

Esse é o ranking de março de 2023, por número de usuários:

  1. WhatsApp (169 mi)

  2. YouTube (142 mi)

  3. Instagram (113 mi)

  4. Facebook (109 mi)

  5. TikTok (82 mi)

  6. LinkedIn (63 mi)

  7. Messenger (62 mi)

  8. Kwai (48 mi)

  9. Pinterest (28 mi)

  10. Twitter (24 mi)

O número de usuários do Twitter é apenas 21% do total quantidade do Instagram. Mas onde que os presidentes publicam mensagens diariamente? E em primeira pessoa, ao invés de cards criados por designer. É uma comunicação mais direta (mesmo que seja a assessoria). O Twitter pauta as outras redes sociais.

Quando alguma coisa causa muita polêmica no Twitter (geralmente algum político/autoridade), acaba como um print no Jornal Nacional. Já no Instagram, quando alguma coisa dá errada, geralmente é seguida de um pedido de desculpas, protocolar, para quem se sentiu ofendido…

Mas o Twitter também gera distorções. Não é raro algo aparecer como uma polêmica dividindo opiniões, no Twitter, mas a divisão ser 99% contra e 1% a favor. Só que a rede potencializa muito as críticas. Cansei de saber de um assunto por 32 pessoas que comentaram o Tweet original, criticando, sem ser impactado por ninguém que concordava.

Nesse domingo mesmo, o Gabigol foi bater um pênalti, estando há 10 jogos sem marcar gol, e o Maracanã ficou eufórico apoiando ele antes da cobrança. Já no Twitter, tinha maluco pedindo a saída dele do Flamengo. Uns 2 ou 3 que nem têm grande alcance, mas caíram nas mãos de contas maiores que os criticaram e acabou parecendo que era um movimento maior. Na vida real, não teve uma vaia no jogo. As bolhas de dentro do Twitter nem sempre refletem a opinião geral.

Kwai é nicho. Pinterest é nicho. Até o LinkedIn, sexta maior rede do Brasil, é nicho. Mesmo que o Twitter "só” tenha 24 milhões de usuários, tem uma diversidade muito maior de usuários que várias outras redes. Isso ajuda a gerar discussões e faz necessária a presença de autoridades que queiram pautar as narrativas. Quem se comunica bem comanda para onde vai o assunto. E ainda orienta os apoiadores que amplificam a declaração oficial.

Twitter é branding.

Pode não ser a rede onde você vai conseguir aumentar suas vendas. Mas é o lugar onde você vai quando quer pautar uma discussão. Pode ser excelente para mostrar a cara da sua empresa. Principalmente se tiver alguma pegada mais social, que precise mostrar mais atenção a certas causas. Ou mesmo estar presente lá para poder rebater críticas antes que virem crises institucionais. Num momento que se fala muito da importância das comunidades, para as marcas, o Twitter é um lugar para estar presente.

  • Falei tanto de Twitter que vou deixar aqui o meu perfil para você poder seguir.

  • Link da fonte da lista de maiores redes sociais do Brasil.

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