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Usabilidade vai muito além de cores e botões
A experiência do usuário pode transformar o resultado de um produto
UX e UI são duas siglas que ainda estão bem em moda. Mas tanto a experiência do usuário como a interface vão muito além de layouts e impactam profundamente nos resultados.
Na pós que fiz, um professor contou de uma alteração que fez no site de uma marca de celular (infelizmente não lembro qual) que aumentou muito a conversão. Como 99% das compras eram de um único item (o celular) tiraram a opção de colocar mais itens na compra. Era escolher seu celular e já caía na página de checkout pra fazer o pagamento. Se quisesse uma capinha tinha que fazer outra compra e azar o seu.
Tiraram uma funcionalidade para aumentar a conversão. Não foi mudar a cor do botão, aumentar imagem, caprichar na copy. Tirar uma função fez com que a compra fosse mais direta e tirou o escape do cliente.
Um caso da moda é o ChatGPT.
Sim, vou conseguir colocar inteligência artificial até num artigo que nem é sobre isso.
O "motor" do CharGPT é o GPT-3. que tá aí desde o meio de 2020. Eu já tinha brincado com ele, muita gente já tinha testado, mas não virou a febre que o ChatGPT virou agora.
Essa é a cara do GPT-3 hoje:
Uma caixa de texto gigante com algumas opções na direita, que a gente nem entende direito o que significam. Você tem até a opção de escolher um modelo de AI diferente. Mas isso não importa.
E o serviço tem até uma entrega paracida com o ChatGPT, mas não é tão amigável.
Fiz ali um pedido simples, tava até criando, mas o limite de caracteres, que nem lembrei de mexer, travou. Sem contar que, ao contrário do ChatGPT, o GPT-3 aí não tem uma memória. É como o Midjourney, você apaga e escreve outra vez. Não tem como ir evoluindo prompt em cima de prompt.
Já o ChatGPT já aparece assim:
Tem uma cara de Chat, que já é bem amigável, tem exemplos bem claros de prompts e não dá nenhuma opção específica. Só vai lá e escreve.
E se você quiser continua trabalhando em cima do mesmo tema, o serviço vai evoluindo a resposta. Ele não esquece o que tinha sido feito anteriormente. Organicamente, como um chat real, e com a utilidade de ir melhorando o resultado.
Em 5 dias o ChatGPT já tinha um milhão de usuários. E eu tava lá. No Twitter já tinha muita gente lá fora falando sobre a novidade e fui testar. No primeiro dia eu já tinha "brincado" muito mais do que com o GPT-3, que já tinha usado muito antes.
Eles pegaram uma solução que já tava rolando há dois anos, reimpacotaram de uma maneira muito mais prática de usar e explodiu como tendência. Gerou centenas de derivados e acabou atraindo a atenção maior até da Microsoft, que já tinha investido U$ 1bi e colocou mais U$ 10bi no OpenAI e decidiu usar a solução em diversos produtos. Do Bing ao pacote Office.
A experiência do consumidor pode impactar muito mais no negócio do que muita gente imagina.