Anúncios orgânicos sem cara de publicidade

Nós somos bombardeados por um volume absurdo de informações e anúncios. Tanta coisa que dificilmente prestamos atenção no que queremos, imagina focarmos em um anúncio.

Existe até o termo Ad Blindness (cegueira para anúncios) que serve exatamente para mostrar o quanto ignoramos anúncios inconscientemente. A gente nem nota que ele estava ali.

Tem uma maneira simples de contornar essa cegueira, que é fazer anúncios que não pareçam anúncios.

Na última edição, eu falei de anúncios feios performarem melhor que os bonitos. E o principal motivo para isso acontecer é que a maioria da publicidade que consumimos tem cara de anúncio. Logo, arte caprichada, identidade visual da marca… Por mais que as marcas se esforcem para deixar os anúncios com a sua cara, existe uma estética inconsciente do que é um anúncio. Geralmente algo caprichado demais para ser genuíno.

O foco não é exatamente ser feio, é não parecer um anúncio. Você tem as vantagens de um conteúdo orgânico para vender o seu produto.

Quando você está passando seu Instagram e vê esse tipo de publicação, sabe que é anúncio:

Muitas vezes nem presta atenção e já passa para a próxima imagem.

Mas se for algo assim, você tem uma tendência maior a olhar com mais atenção:

Não são imagens muito elaboradas. Parecem mesmo criadas por qualquer usuário do Instagram. Mas, segundo o Jordan Bazouzi, geraram 121 mil dólares em 30 dias.

E isso não é só para quem tá vendendo capinha de celular não. O McDonald’s também faz isso. Certamente com muito mais produção, mas com cara de algo muito mais orgânico.

Para divulgar lojas que ficam abertas até mais tarde, criaram imagens como se fossem espontâneas de gente indo lá depois da balada. Com imagem granulada de câmera que tem dificuldade de fotografar com pouca luz, mesmo com flash.

Num cantinho logo e o aviso de que fica aberto até tarde.

Em outro anúncio, também uma imagem de baixa qualidade mostrando um casal fazendo mudança enquanto recebe uma entrega. Mostrando que o McDonald’s está no dia-a-dia de todos até nesses momentos. E faz isso como se fosse uma situação real mesmo.

Mas isso tudo que escrevi até agora foi para falar de conteúdo gerado por usuários (UGC, em inglês). Muitas marcas estão seguindo para esse tipo de anúncios aproveitando usuários para criarem para as marcas. Podem tanto ser grandes perfis como usuários praticamente anônimos com boas ideias.

O UGC é qualquer tipo de conteúdo (como textos, vídeos, fotos e reviews) criado por pessoas que não estão formalmente ligadas à marca.

Ações que podem ter um custo baixo e dialogarem diretamente com os consumidores das marcas.

Um dos maiores aliados para esse tipo de conteúdo é o TikTok. Tanto por causa do algoritmo, que não depende tanto de número de seguidores para viralizar, como pela facilidade de monetização na plataforma.

Com isso, usuários comuns podem ganhar dinheiro divulgando produtos sem nem serem contratados pelas marcas. E as empresas nem correm muito risco de exposição negativa porque, em teoria, é só alguém aleatório, não um embaixador da marca.

Apesar do TikTok ser excelente para isso, existem dezenas de outros programas de afiliados em quase todos os varejistas e até outras empresas que pagam por indicação.

É bom para todo mundo. A empresa vende mais, os criadores ganham comissão e os compradores escolhem produtos de uma maneira mais natural que um pre-roll que te obriga a ver um trecho de um vídeo antes de poder consumir o conteúdo que quer.

Vantagens do conteúdo gerado pelo usuário

1. Autenticidade e confiança: O UGC é considerado mais autêntico do que os conteúdos criados pelas próprias marcas. Os consumidores confiam mais nas opiniões e nas experiências de outros clientes do que em campanhas publicitárias tradicionais.

2. Engajamento: O conteúdo gerado pelos usuários tende a engajar mais. As pessoas gostam de ver e interagir com conteúdos que refletem a experiência de seus pares.

3. Custo-efetividade: Criar campanhas de marketing pode ser caro. Incentivar seus clientes a criar e compartilhar conteúdo é uma maneira econômica de obter material valioso para sua marca.

4. Comunidade e fidelidade: Estimular os consumidores a criar conteúdo para sua marca ajuda a construir uma comunidade em torno dela. Isso aumenta a lealdade e a retenção de clientes.

Características de Bons Conteúdos Gerados por Usuários

Para que o UGC seja eficaz, ele deve ter certas características que garantam a qualidade e relevância do conteúdo. Abaixo, listamos algumas delas:

1. Relevância: O conteúdo deve ser relevante para a marca e para a comunidade. Isso inclui destacar o uso do produto ou serviço em situações reais.

2. Autenticidade: O UGC deve ser genuíno e não parecer forçado ou excessivamente editado. A naturalidade é uma das maiores vantagens desse tipo de conteúdo.

3. Qualidade Visual: Embora não precise ser produzido profissionalmente, o conteúdo deve ter uma qualidade visual aceitável para atrair e manter a atenção do público.

4. Emocional: Conteúdos que evocam emoções – sejam elas felicidade, surpresa, empatia, etc. – tendem a ressoar mais com o público e são mais propensos a serem compartilhados.

5. Interatividade: Incentivar a participação e o engajamento da comunidade. Isso pode incluir chamadas para ação, como pedir aos usuários que compartilhem suas experiências ou participem de desafios.

6. Diversidade: Mostrar uma variedade de perspectivas e experiências diferentes pode ajudar a atrair um público mais amplo e demonstrar a versatilidade do produto ou serviço.

Incorporar o Conteúdo Gerado pelo Usuário em sua estratégia de marketing não só fortalece a conexão com seu público, mas também alavanca a autenticidade e confiança. Ao promover a criação de UGC, as marcas podem se beneficiar de anúncios orgânicos, com um marketing mais envolvente e eficaz, garantindo uma presença mais sólida e confiável no mercado.

• Se você precisa de ajuda para melhorar os resultados das campanhas da sua empresa, e do marketing em geral, pode marcar uma call comigo para podermos entender melhor os problemas e achar as melhores soluções.

• A edição anterior da Luizletter tem um assunto que conversa demais com o dessa aqui. Vale a pena ler, se você ainda não fez isso.

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