Como transformar explicações chatas em experiências envolventes

Como você explica o funcionamento de um jogo? Pega o livro de regras e vai explicando? Se souber bem pode até sair explicando de cabeça mesmo.

Mas é sempre a mesma coisa, todo mundo só aprende na primeira partida que você joga de teste.

Agora imagina explicar como funciona uma mesa de RPG. Com história, fichas de personagens, atributos, dados e o céu é o limite. Pode ter muito mais variáveis que vão dificultar muito a vida de um iniciante.

Mas o RPG é um jogo mais de interpretação, assumindo um personagem, do que as regras. Isso talvez seja ainda mais difícil de explicar do que as regras do jogo.

A não ser que você seja a Deborah Ann Woll (atriz que fez a Karen Page na série do Demolidor).

Quando ela participou do podcast do John Bernthal (colega dela de seriado, que fez o Punisher), a atriz foi explicar que era uma Mestre de RPG. A responsável por ditar as regras e conduzir a história.

E ela podia ter saído falando de toda a mecânica do jogo, como certamente 99% das pessoas fariam. Mas ela foi muito mais inteligente para envolver o John na explicação. Colocou ele dentro da história.

No improviso, foi colocando ele no jogo. Disse que ele está em uma floresta escura, armado com um arco, ouvindo um estalo à distância. A conversa flui naturalmente para o jogo, com John fazendo perguntas e tomando decisões como seu personagem faria. Em poucos segundos, ele não está apenas ouvindo sobre Dungeons & Dragons (D&D), ele está experimentando o jogo.

No meio disso, ela foi citando umas regras, por alto, só para ele entender as tomadas de decisão durante o jogo.

Foi genial. A maneira mais simples e imersiva de não só explicar como funciona, mas fazer a pessoa viver o jogo.

Essa interação é um exemplo brilhante de como transmitir conceitos complexos ou desconhecidos. Em vez de dizer ao seu público o que esperar, convide a experimentar por si próprio. Essa abordagem pode ser aplicada em vários outros contextos:

• Foco na experiência em vez da explicação: Em vez de bombardear seu público com detalhes técnicos, considere como você pode ilustrar a experiência. Mostre como é utilizar seu produto e deixe que tirem suas próprias conclusões. Isso pode ser muito eficaz em setores como o de tecnologia, onde a experiência do usuário muitas vezes pode dizer mais do que as especificações.

• Storytelling como ferramenta: Use o storytelling para criar cenários em que seu produto ou serviço desempenha um papel crucial. Isso não só ajuda a explicar seu produto, mas também torna a experiência memorável. Assim como a sessão improvisada de D&D da Deborah, você pode usar o storytelling para envolver seu público em uma narrativa onde ele se torna um participante ativo.

• Campanhas interativas: Crie campanhas que permitam ao seu público interagir diretamente com seu produto ou serviço. Por exemplo, se você está lançando um novo aplicativo, em vez de apenas listar suas funcionalidades, crie uma demonstração que coloque o usuário em um cenário onde ele possa experimentar os benefícios do app em primeira mão.

As pessoas se conectam com histórias em um nível emocional, e quando elas sentem que fazem parte da história. Essa abordagem não apenas informa seu público, ela os envolve, tornando sua mensagem mais impactante e memorável.

A abordagem de Deborah Ann Woll para introduzir D&D é um poderoso lembrete de que a melhor maneira de comunicar algo muitas vezes é permitir que outros experimentem por si próprios. Quando precisar explicar algo, considere como você pode ir além da descrição e entrar no campo da experiência.

Seja através de conteúdo interativo, storytelling imersivo ou demonstrações práticas, o objetivo é fazer com que seu público faça parte da narrativa.

• Recentemente fiz um outro texto sobre um método para criar Storytelling.

• Na edição anterior, mostrei como o Ryan Reynolds soube usar a própria imagem para fazer seus negócios decolarem. E isso tem muita ligação com a experiência que você vende, mesmo que seja através de um influenciador.

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