💸 Disney paga 1.5bi de dólares para CEDER seus personagens para o Fortnite

Desde que começaram a usar propriedades intelectuais de terceiros em alguma coisa, quem paga é quem quer usar músicas e personagens.

Quando a Saga Crepúsculo estava no auge, chegaram a sair notícias de bandas que disputavam espaço para participar das trilhas sonoras dos filmes para aproveitar os públicos jovens e gigantescos. Mas ainda assim eram pagos por isso.

Assim como várias bandas antigas chegaram a um novo público pelos jogos musicais de videogame Rock Band e Guitar Hero. Sem nenhum esforço, e recebendo para cederem as músicas para os jogos, tiveram um benefício secundário que talvez tenha sido até maior que o pago pelos direitos.

Recentemente, Stranger Things fez a Kate Bush ganhar mais de dois milhões de dólares, em um mês, só com os streamings de áudio por causa da música que o próprio seriado pagou para usar.

Além dela, o Metallica também teve ganhos que não ficaram só no pagamento pelo uso de Master of Puppets. A banda aproveitou tanto que fez até vídeo com o ator que faz o personagem que toca a música na série.

Em todos esses casos, filmes, séries e jogos pagavam para poder usar as bandas mesmo que elas ainda recebessem a óbvia divulgação nas produções.

Hoje, a maior disputa é pelo tempo das pessoas. O Playstation não é rival só do Xbox e do Switch. Netflix, Spotify, jogo da Champions League na TV, tempo com os filhos, tudo acaba disputando o mesmo espaço no relógio.

E a publicidade tradicional tem cada vez menos efetividade. Anunciar na TV aberta não é a mesma coisa, revistas e jornais impressos morreram, banners ninguém nem enxerga nos sites. Como que você chega no seu público-alvo além de anunciar no Google, Meta e semelhantes?

Um dos jogos mais populares do mundo é o Fortnite. Tanto que já fizeram ações com marcas tão diversas como Jordan, Batman, Coachella, Chapolin, Eminem e uma lista gigantesca de outros.

A relevência do Fortnite é tão absurda que a Disney pagou um bilhão e meio de dólares para ter mais personagens da empresa no jogo. E isso aí fez as ações da dona do Mickey subirem 11%.

Reforçando, a Disney PAGOU para que um jogo de videogame use mais seus personagens que diversas marcas do mundo todo desembolsam fortunas para poderem usar.

Com esse movimento, a Disney garante muito mais exposição para impulsionar suas propriedades intelectuais que vão gerar dinheiro em parques temáticos, streaming, cinema, bonecos, todo o portfólio da empresa. Esses 1.5bi de dólares são verba de marketing no branding das propriedades da Disney.

E, com certeza, também serve para afastar concorrentes como a Warner/DC, que deve ficar de fora de oportunidades no Fortnite que certamente tem um contrato de exclusividade com a Disney. Ganha na própria divulgação e ainda tiram espaço de concorrentes diretos.

Pode ser um movimento curioso mas, sem dúvida, faz muito sentido estratégico.

• O Metallica já apareceu em outra edição da Luizletter, mostrando como eles sabem se adaptar às novidades. Usando o TikTok deles de exemplo.

• Recentemente fiz um outro texto falando de uso diferente de música, com o álbum do The Offspring refeito como Lo-Fi aproveitando o hype de maneira criativa também para chegar em novos públicos.

• E pra quem gosta de música, tem mais. Duas edições atrás eu mostrei usos criativos de playlists que vão muito além de só juntar o que você quer ouvir.

• Ainda sobre música, mas mais sobre negócios, o impacto financeiro de grandes artistas, como Taylor Swift e Beyoncé. Refletindo até em alteração de inflação de país de primeiro mundo.